IYA DAVINA - a 01ª Omorisa de Baba Procópio de Ogun

IYA DAVINA
O Memorial Iyá Davina constitui-se num núcleo de pesquisa e documentação, aberto à visitação pública, que abriga acervo material (objetos, fotografias, desenhos, certidões e textos) referente à religião dos orixás e à formação das primeiras comunidades-terreiro de candomblé no Rio de Janeiro. Reconstitui a trajetoria de Davina Maria Pereira, primeira filha-de-santo de Procópio d' Ogun e última mãe-de-santo do terreiro de João Alabá. O fato de ter sido iniciada num tradicional terreiro baiano e ter tornado-se a última dirigente de tradicional terreiro carioca, fez de Iyá Davina um símbolo dos vínculos criados entre sa-
cerdotes baianos e cariocas - ação estritamente importante para a criação de uma cultura urbana carioca,tendo, dentre as suas muitas manifestações, o samba. O Memorial está situado dentro do espaco físico da Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum, que tem como dirigente Maria do Nascimento, Mãe Meninazinha d' Oxum, herdeira espiritual e neta biológica de Iyá Davina. Davina Maria Pereira nasceu no ano de 1880, na cidade de Salvador, Bahia. No dia 24 de julho de 1910, foi iniciada por Procópio Xavier de Souza, mais conhecido como Procópio d'Ogun , no Ilê Ogunjá, situado no Baixão, antigo Matatu Grande, em Salvador.Filha de Omolu e Oxalá, muda-se, ainda na década de 1920, para a cidade do Rio de Janeiro, juntamente com seu marido, Theóphilo Marcelino Pereira, ogan do Ilê Ogunjá. Possuirá, no bairro da Saúde, sua primeira residência no Rio de Janeiro. Lá, abrigará inúmeros conterrâneos de mudanca para o Rio, ficando, tal casa, popularmente conhecida como "Consulado Baiano".

Já nesssa época, existia no Rio de Janeiro um famoso terreiro de candomblé, situado na Rua Barão de São Félix, número 174, dirigido pelo renomado pai-de-santo João Alabá. A este, Iyá Davina irá se juntar. Alguns historiadores confirmam que tal terreiro havia sido fundado por Bamboxê Obiticô. João Alabá fora iniciado na Bahia (desconhece-se em qual terreiro). Cultuava grande amizade com sacerdotes baianos, entre estes: Joaquim Vieira da Silva, Tio Joaquim. Por ele, foram iniciadas Carmen do Xibuca e quase todos os membros da familia de Tia Ciata (de sobrenome Jumbeba). Do mesmo terreiro baiano onde fora iniciado, vieram Vicente Bankolê e sua esposa Tia Pequena, que, após o falecimento de Alabá, herdariam os assentamentos de seu orixá - Omolu - e deslocariam o terreiro da Gamboa para Bento Ribeiro, e, logo depois, para a Baixada Fluminense - criando, assim, a Sociedade Beneficente da Santa Cruz de Nosso Senhor do Bonfim, mais conhecida como Casa-Grande de Mesquita, e que seria a primeira comunidade-terreiro de candomblé a estabelecer-se na Baixada Fluminense.Iyá Davina, logo na mudança para Bento Ribeiro e após o falecimento de Alabá, torna- se a Iya Kekerê do terreiro. Em dezembro de 1953, após o falecimento de Tia Pequena, se tornará a última iyalorixá da casa, vindo a falecer em 1964. Sua neta biológica, Meninazinha d'Oxum , herda seus assentamentos e funda, em 24 de julho de 1967, a Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum, situada, num primeiro momento, na Marambaia de Nova Iguaçu e, depois, transferida para São Matheus, São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro. Iya Davina participará da fundação de inúmeros terreiros no Rio de Janeiro. Entre estes: o Bate-Folha de João Lessengue; o Axé Opô Afonjá de Mãe Agripina, o Terreiro de São Gerônimo e Santa Bárbara, de Mãe Senhorazinha; o Ilê Nidê, de Seu Ninô d'Ogun. Fato que tão bem ilustra os vinculos criados entre migrantes baianos e cidadãos cariocas, determinantes para a preservação, manutenção e criação de novas e velhas tradições culturais.Sua neta, Mae Meninazinha d' Oxum , matém esses vínculos através das muitas ações que realiza no Ilê Omolu Oxum

Isto É. Um Rio de Atabaques. 10 out. 1997.
Homenagem da ONG Criola.
O Globo. Memorial homanageia a cultura afro-brasileira. 31 ago 1997.
O Dia. São João do Meriti terá museu do candomblé. 22 jul. 1997.
Jornal do Brasil. Cantos além do terreiro. 06 jun. 2004
O Imparcial. São Luiz do Maranhão. Toque para os orixás em CD. 14 set. 2004
Folha de São Paulo. Brasil. A6. 13 de abril de 2005.
O Estado de São Paulo. Caderno Aliás. 17 de abril de 2005.http://ile-oluwakedajo.sites.uol.com.br
http://www.mulheresnegras.org
http://candomble.jor.br

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