UM POUCO SOBRE MOGBA KLAUDIO

Mogba Klaudio d' Osala
Raíz e Tradição


Nasci as 06 e 40 da manhã de um sábado chuvoso e abençoado pelo ventre de minha mãe Marjone Abdalla aos vinte e três dias do mês de maio de 1964. Nasci e convivi em meio a Umbanda de minha avó materna, Maria Dias Abdalla.


Quando fiz um ano de idade, minha avó fora iniciada na Nação de Angola para a Enkisy Matamba e sua Mameto Minakenã abriu a sua Casa de Asé em 26 de abril de 1966. Muitos falam hoje sobre ter 07 ou não ter 07 anos para abrir a casa de Asé, porem minha avó abriu a sua casa de Asé quando tinha ainda dois anos e meio de santo, concordo que até 1971, minha avó não iniciou nenhum Omorisa sem as mãos de sua Mameto a qual fez inúmeros Iyawos, porém, a sua Casa de Asé estava aberta.

Já, minha mãe fora iniciada para o Orisa Osun nas mãos do Saudoso Babalorisa Diniz d" Osun, filho de Pai Valdemiro de Sango (Pai Baiano) e minha bisavó "Diolinda" fora iniciada a Enkisy Kaya pelas mãos de Mameto Minakenã.

Sendo assim, cresci em meio a inúmeros Babalorisas e Iyalorisas conhecidos na época e em todas as épocas, tais como Babalorisa Diniz d" Osun, Pai Baiano, Mãe Toloke d" Ologun-Édé, Pai Vivaldo de Ologun-édé, Pai Vavá Negrinho, Pai Ogun Silé, Pai Claudio d" Aiyra, Pai João d" Osun, Pai Kajaide d’ Osala, Pai Bobó d’ Iyansã entre tantos outros que na época, "não" e que hoje são Babalorisas tais como Zenildo d" Besseyin, Celso de Osala e Edithe d" Osossy.

Com meus 18 anos de idade no dia 24 de novembro de 1982 foi então iniciado ao Orisa Osala pelas mãos de meu Babalorisa "Pai Vivaldo d" Ologun-Édé" para ser o herdeiro de minha avó Iyalorisa Kaiambura, raspado, tendo Ad “Osun e perfure, para meus mais novos que não sabem, não fui Confirmado Ogan, o fato de não incorporar não me torna um Ogan, aliás, nada contra, mais jamais fui considerado "Ogan" pelos meus Egbomys.

Por motivos de força maior, minha avó, após minha iniciação rompeu ligações para com meu Babalorisa e minhas devidas obrigações de 01 ano e 03 anos fora administrada pelos Egbomys do Egbé da época.

No dia 07 de julho de 1990, minha avó veio a falecer e teve seus Asese “s feitos pelas mãos de Pai Bangbala e Pai Edson d" Ogun e após um ano na noite de 27 de julho de 1991, eu, até então Pai Klaudio reinaugurei o ILE OYA MESAN AXE OPO AJAGUNNA iniciando assim meu primeiro Iyawo ao Orisa Ogun (Ogunsiy), após ele vieram, Beto de Aiyra, Sérgio d" Érinle (Babakekere do meu Ile Asé), Cida d” Oya, Simone d" Yoba, Mauricio d" Osumare, Bell d" Oya (Iyamoro de meu Ile Asé), entre estas épocas tomaram seus 03º Ajodun, Anna d’ Osanyin & Sonia d’ Osun.

Na noite de 28 de março de 1992 tomei meu 07º Ajodun com meu Babalorisa Valdemiro da Costa Pinto (Pai Baiano), pelo fato de nunca ter incorporado e não me sentir na época, até então, como um "BABALORISA", pedi a meu Pai como eu poderia ser chamado e pelo fato de que Sango sempre fora meus caminhos ele sorriu e me disse ...

- Seja Mogba, pois Mogba é um discípulo de Sango!

E em palavras significa "Meu Rei", meu pai deu continuidade em minha vida religiosa. No mês de agosto de 1997 me ofertou mais uma vez com suas mãos nos meus 14º Ajodun, o qual não teve festejo algum, pois me encontrava com problemas de saúde e finalizou sua tarefa perante a minha cabeça na noite de 05 de junho de 2004 com meus 21º Ajodun.

Muitos são os momentos de pura tristeza dentro de meu coração, "Iku" levou de minha vida muitas pessoas importantes, minha bisavó, minha avó e meus dois Babalorisas, todos que me ensinaram tanto da vida religiosa assim como da vida material, porem também tenho guardo em minha mente e em meu coração muitos momentos de pura felicidade dentro do Asé tais como o 07º Ajodun de minha avó com o Pai Kajaide (1975), o 50º Ajodun de meu Pai Valdemiro em 1994, onde pude conhecer o Ile Ogun Mejeje Asé Barw L"Epe (Parque Fluminense) o qual retornei nos 52º Ajodun de meu Pai, um dos festejos de Pai Tonhão d" Ogun (Santo André), o 07º Ajodun de Dona Ifigênia d" Sango (Mãe de Katy d" Osossy),07º Ajodun de Geninho d" Iyansã, inúmeras horas de ensinamento Religioso Yoruba de meus dois Babalorisas assim como de minha avó entre tantos outros momentos felizes que guardo em minha memória e em meu espírito junto à minha avó, minha Bisavó, Meu Pai Baiano e Meu Pai Vivaldo.

São momentos como este que jamais em minha vida irei de esquecer e são momentos como este que me faz ser o que sou hoje.

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